Quadrinhos se tornaram uma paixão para mim. Sofro toda vez que vou a uma livraria e não posso sair de lá carregando os 10 livros que queria. Meu “projeto” atual é completar a coleção de “Os Borgia”, do Milo Manara.
Acho que aquela frase “tô lendo só as figura” explica bem meu modo de ver quadrinhos. Leio a história e, depois, a cada releitura consigo pegar mais detalhes nas ilustrações. Sou fascinado por “O Grito do Povo” (Vautrin e Tardi), sobre a Comuna de Paris... é maravilhoso...
Além de livros existem diversas revistas independentes interessantes, como “O Contínuo, e, é claro, publicações “virtuais”.
Estou tentando acompanhar a webcomic “Zahras Paradise”. Segue o que os autores dizem sobre a própria publicação:
“Então um escritor persa, um artista árabe e um editor judeu entram na sala…
Parece o início de uma piada de mau gosto. Na verdade, é algo como o início dessa incomum aventura editorial, a primeira desse tipo. Aqui, para sua leitura, temos uma webcomic em inglês, farsi, árabe, francês, italiano, espanhol, holandês e português – e ainda outros idiomas serão disponibilizadas em breve. A First Second Books orgulhosamente apresenta Zahra’s Paradise de Amir e Khalil, junto com a Casterman nas versões em francês e holandês, Rizzoli Lizard na versão italiana, Norma Editorial na versão em espanhol, e LeYa e Barba Negra na versão em português.
Tudo se passa no Irã depois das fraudulentas eleições de 2009. Zahra’s Paradise é a história ficcional da procura por Mehdi, um jovem ativista que desaparece nos gulags da República do Islâmica. Mehdi desapareceu na sombria zona extrajudicial onde não existem hábeas corpus e o que impede que sua memória seja apagada não é a lei, mas a resolução e a coragem de uma mãe que se recusa a desistir de seu filho e a tenacidade de um irmão – um blogueiro – que une cultura e tecnologia para explorar e expressar o sentimento de ausência: o vazio que Mehdi deixou em sua vida.
Zahra’s Paradise combina pessoas e eventos reais. Enquanto o mundo testemunha o que não mais pode ser ignorado em vídeos no YouTube, no Twitter e em blogs, surge essa história e ela precisa ser contada.
O autor Amir tem decendência iraniana e americana e é ativista de direitos humanos, jornalista e documentarista. Ele viveu e trabalhou nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Afeganistão. Seus ensaios e artigos apareceram amplamente na imprensa. O trabalho de Khalil como artista foi muito reconhecido. Ele faz escultura e cerâmica e, desde muito jovem, também trabalha com quadrinhos. Zahra’s Paradise é sua primeira graphic novel.
Amir and Khalil tinham o desejo de trabalhar juntos há muito tempo, mas Zahra’s Paradise uniu seus talentos como se eles tivessem se preparado para isso a vida toda – e serviu de ferramenta para responderem à grande questão de seu tempo.
Os autores escolheram o anonimato por razões políticas óbvias.”
Aqui vai se link, se você quiser conhecer: http://www.zahrasparadise.com/
Uma imagem do site:
Capa de um volume do "Grito do Povo":
"Os Borgia":
Outro link interessante: Jesus and Mo http://www.jesusandmo.net/archives/
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
The "N" Word
A palavra “nigger”, pode ser extremamente ofensiva para afro descendentes americanos pois normalmente é uma forma enfaticamente racista de se referir a negros, já que remonta à escravidão (assim como “boy”, por exemplo). Mas pode não ser, pois foi incorporada pela própria cultura negra americana, sendo usada de forma recorrente. Isso é normal para diversos tipos de ofensas em diversos lugares. O termo é também usado em algumas situações por brancos para se referir a negros de forma não racista... na brincadeira... mas é... na falta de palavra melhor... perigoso... Comediantes já se queimaram por isso...
A (boa) comédia se vale de temas espinhosos (ou bobos) para fazer rir... Já vi diversas formas de brincar com esse tema. A comediante Liza “the queen of mean” Lampanelli fez carreira insultando todas as minorias e maiorias possíveis. Como atira para todos os lados e brinca com esteriótipos é bem aceita. Ela usa a palavra “nigger” com frequência, mas não há problema... Ela brinca que já teve tantos pintos pretos dentro dela que é praticamente uma “sister”.
Tim Minchin, por sua vez, canta (não é um comediante tipo stand up, mas faz comédia ao piano) “Prejudice”. Nesta canção fala do dano que uma palavra composta por dois “g”´s, um “n”, um “i” e “er” pode causar. Não se trata de “nigger”, porém, mas de “ginger” (ruivos branquinhos, sardentinhos...)... O refrão: “Only a ginger can call another ginger ginger”... A brincadeira é a mesma de um episódio de “Seinfeld” no qual Jerry acusa um conhecido de se converter ao judaísmo só pra poder fazer piadas de judeus...
Mas a pior piada que ouvi “brincando” com isso foi a brilhante ideia de republicarem “As aventuras de Huckleberry Fynn” de Mark Twain substituindo a palavra “nigger”, que aparece 219 vezes, por “slave”. O livro foi proibido em escolas por conter o termo, já que seria desconfortável para os pobres alunos travar contato com tão infame palavra... então resolveram editar. Ideia mais ridícula e racista que a de escolas daqui de mudar a letra de “Boi da cara preta” para “Boi da cara feia”...
O melhor comentário que ouvi sobre essa bizarrice foi... de um comediante... Larry Wilmore “Senior Black Correspondent” do Daily Show. O texto é maravilhoso...
Wilmore "agradece" a "promoção" de "nigger" para escravo e lembra que o personagem Jim não é mais escravo, pois está fugindo... é mais difícil fugir da condição de "nigger" que da de "slave"... Adoro o Wilmore , e acho que no quadro ele fez uma bela crítica a esse revisionismo besta ou, como definido pelo Stewart, "whitewashing american history".
Para quem não conhecia e gostou do Wilmore, recomendo outro quadro dele no mesmo programa. Desta vez ele tira sarro do Glen Beck (que chamou Obama de Racista), ensinando aos brancos como usar a "race card":
http://www.thedailyshow.com/watch/tue-october-6-2009/playing-the-race-card
Uma piadinha que vi na net:
E, pra finalizar... Tim Minchin cantando "Prejudice"
A (boa) comédia se vale de temas espinhosos (ou bobos) para fazer rir... Já vi diversas formas de brincar com esse tema. A comediante Liza “the queen of mean” Lampanelli fez carreira insultando todas as minorias e maiorias possíveis. Como atira para todos os lados e brinca com esteriótipos é bem aceita. Ela usa a palavra “nigger” com frequência, mas não há problema... Ela brinca que já teve tantos pintos pretos dentro dela que é praticamente uma “sister”.
Tim Minchin, por sua vez, canta (não é um comediante tipo stand up, mas faz comédia ao piano) “Prejudice”. Nesta canção fala do dano que uma palavra composta por dois “g”´s, um “n”, um “i” e “er” pode causar. Não se trata de “nigger”, porém, mas de “ginger” (ruivos branquinhos, sardentinhos...)... O refrão: “Only a ginger can call another ginger ginger”... A brincadeira é a mesma de um episódio de “Seinfeld” no qual Jerry acusa um conhecido de se converter ao judaísmo só pra poder fazer piadas de judeus...
Mas a pior piada que ouvi “brincando” com isso foi a brilhante ideia de republicarem “As aventuras de Huckleberry Fynn” de Mark Twain substituindo a palavra “nigger”, que aparece 219 vezes, por “slave”. O livro foi proibido em escolas por conter o termo, já que seria desconfortável para os pobres alunos travar contato com tão infame palavra... então resolveram editar. Ideia mais ridícula e racista que a de escolas daqui de mudar a letra de “Boi da cara preta” para “Boi da cara feia”...
O melhor comentário que ouvi sobre essa bizarrice foi... de um comediante... Larry Wilmore “Senior Black Correspondent” do Daily Show. O texto é maravilhoso...
Wilmore "agradece" a "promoção" de "nigger" para escravo e lembra que o personagem Jim não é mais escravo, pois está fugindo... é mais difícil fugir da condição de "nigger" que da de "slave"... Adoro o Wilmore , e acho que no quadro ele fez uma bela crítica a esse revisionismo besta ou, como definido pelo Stewart, "whitewashing american history".
Para quem não conhecia e gostou do Wilmore, recomendo outro quadro dele no mesmo programa. Desta vez ele tira sarro do Glen Beck (que chamou Obama de Racista), ensinando aos brancos como usar a "race card":
http://www.thedailyshow.com/watch/tue-october-6-2009/playing-the-race-card
Uma piadinha que vi na net:
E, pra finalizar... Tim Minchin cantando "Prejudice"
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Desculpinha
Não estou conseguindo fugir muito de um tema aqui por enquanto: política dos mericano... Coisas interessantes estão acontecendo por lá... e sou meio fascinado pelos nossos insanos irmãos do norte... isso mesmo... irmãos... somos todos irmãos... até os alemães...
Isso traz um problema: quase todos os vídeos que postei e vou postar são em inglês. Pretendo começar a legendá-los – acho que alguns merecem legendas em português -, mas isso é bem trabalhoso...
Agora que já dei minha desculpinha meia sola, vou voltar a escrever o próximo post...
Isso traz um problema: quase todos os vídeos que postei e vou postar são em inglês. Pretendo começar a legendá-los – acho que alguns merecem legendas em português -, mas isso é bem trabalhoso...
Agora que já dei minha desculpinha meia sola, vou voltar a escrever o próximo post...
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Tabaco
O tabaco é um grande companheiro que tenho. Sei que é meio feio afirmar isso hoje em dia... o trem está acabando com minha preciosa saúde... com meus sorriso... com meu hálito... e, muito pior que isso tudo, faz as roupas e cabelos de outros feder.
Já fiquei sem fumar por um tempo e vi que é possível viver sem tabaco. Voltei e vi que minha vida é melhor com ele. Pretendo parar de novo... mas preciso de tempo...
Fumo “Trevo”, porque é barato e acho gostoso. Quando voltei a fumar sabia que me acostumaria com qualquer tipo ou marca de cigarro (desde que forte), pois, sacumé, o trem vicia naquela combinação específica de ingredientes. Por isso é insatisfatório fumar cigarros de marcas nas quais você não está viciado (mata um pouco a vontade, mas não é aquela maravilha). Mas existem cigarros e cigarros. Na verdade, existem tabacos e tabacos. Diferentes variedades de tabaco são plantadas em diferentes lugares, e misturas entre eles podem criar sabores maravilhosos (que acho mais gostoso que aquele tabaco no qual estou viciado, inclusive...)... É quase como vinho. Não entendo tanto de tabaco pelo mesmo motivo que não entendo tanto de vinho: é caro entender essas coisas... Entender, no meu caso, significa ter a oportunidade de experimentar e gostar ou não. Não significa reconhecer os sabores que passam por minha boca, ou diferenciar com certeza uma variedade de outra. Vinho? Gosto de Tannat... Quanto a tabaco sempre gostei dos halfzware (meio forte), normalmente feitos de Bright Virginia e Dark Kentucky...
Mas vinho é bom e cigarro é ruim...
As leis anti-tabagismo não me surpreenderam (tanto). Questão de tempo... e o tempo passou. Duas coisas me irritaram nessa história, porém. A impossibilidade de se abrir bares para fumantes e simpatizantes e, principalmente, o argumento de que o cigarro custa muito para o sistema de saúde. Só acredito nessa conta aí vendo... Pega os custos em saúde e tira daí a arrecadação em impostos e a economia da previdência (fumante morre mais cedo). É meio feio pensar assim né? Pessoa morrer cedo = economia para o Estado. Pois é... argumentar que fumante gasta muito dinheiro do sistema de saúde é a mesma coisa...
Bom, na verdade só estou falando de tabaco por causa de um programa de rádio que ouvi. Programa do infame ícone da direita americana Rush Limbaugh. Limbaugh sempre foi defensor da indústria do tabaco (chegou a dizer em seu programa que existam evidências reais de que o cigarro vicia ou que se possa ligar o consumo de cigarro com câncer no pulmão). Mas Rush mudou um pouco seu discurso com o tempo:
Resumindo bem: ao comentar críticas em relação ao “thanksgiving day” o caipora propõe que se faça a seguinte conta: quantos nativos americanos morreram devido à chegada dos europeus? E quantos brancos morreram devido ao hábito de fumar tabaco? Pois é... se alguém precisa de alguma reparação pela violência sofrida são os pobres colonizadores europeus e seus descendentes que foram expostos a essa maligna vingança indígena: o tabaco. Eu ri quando ouvi... nervosamente... porque apesar de absurdo, tenho certeza que milhões e milhões de pessoas compram os argumentos desse cara aí... Foi desconfortável... uma piada que não é piada...
Se você está com estômago para ver um pouco mais do Limbaugh, acesse:
Já fiquei sem fumar por um tempo e vi que é possível viver sem tabaco. Voltei e vi que minha vida é melhor com ele. Pretendo parar de novo... mas preciso de tempo...
Fumo “Trevo”, porque é barato e acho gostoso. Quando voltei a fumar sabia que me acostumaria com qualquer tipo ou marca de cigarro (desde que forte), pois, sacumé, o trem vicia naquela combinação específica de ingredientes. Por isso é insatisfatório fumar cigarros de marcas nas quais você não está viciado (mata um pouco a vontade, mas não é aquela maravilha). Mas existem cigarros e cigarros. Na verdade, existem tabacos e tabacos. Diferentes variedades de tabaco são plantadas em diferentes lugares, e misturas entre eles podem criar sabores maravilhosos (que acho mais gostoso que aquele tabaco no qual estou viciado, inclusive...)... É quase como vinho. Não entendo tanto de tabaco pelo mesmo motivo que não entendo tanto de vinho: é caro entender essas coisas... Entender, no meu caso, significa ter a oportunidade de experimentar e gostar ou não. Não significa reconhecer os sabores que passam por minha boca, ou diferenciar com certeza uma variedade de outra. Vinho? Gosto de Tannat... Quanto a tabaco sempre gostei dos halfzware (meio forte), normalmente feitos de Bright Virginia e Dark Kentucky...
Mas vinho é bom e cigarro é ruim...
As leis anti-tabagismo não me surpreenderam (tanto). Questão de tempo... e o tempo passou. Duas coisas me irritaram nessa história, porém. A impossibilidade de se abrir bares para fumantes e simpatizantes e, principalmente, o argumento de que o cigarro custa muito para o sistema de saúde. Só acredito nessa conta aí vendo... Pega os custos em saúde e tira daí a arrecadação em impostos e a economia da previdência (fumante morre mais cedo). É meio feio pensar assim né? Pessoa morrer cedo = economia para o Estado. Pois é... argumentar que fumante gasta muito dinheiro do sistema de saúde é a mesma coisa...
Bom, na verdade só estou falando de tabaco por causa de um programa de rádio que ouvi. Programa do infame ícone da direita americana Rush Limbaugh. Limbaugh sempre foi defensor da indústria do tabaco (chegou a dizer em seu programa que existam evidências reais de que o cigarro vicia ou que se possa ligar o consumo de cigarro com câncer no pulmão). Mas Rush mudou um pouco seu discurso com o tempo:
Resumindo bem: ao comentar críticas em relação ao “thanksgiving day” o caipora propõe que se faça a seguinte conta: quantos nativos americanos morreram devido à chegada dos europeus? E quantos brancos morreram devido ao hábito de fumar tabaco? Pois é... se alguém precisa de alguma reparação pela violência sofrida são os pobres colonizadores europeus e seus descendentes que foram expostos a essa maligna vingança indígena: o tabaco. Eu ri quando ouvi... nervosamente... porque apesar de absurdo, tenho certeza que milhões e milhões de pessoas compram os argumentos desse cara aí... Foi desconfortável... uma piada que não é piada...
Se você está com estômago para ver um pouco mais do Limbaugh, acesse:
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